Por Danilo Colombo

O bombardeio só começou. No campo de batalha, todas as operadoras de cartão dispostas a gastar até a última munição. A primeira explosão veio da Rede que, em meados de abril, zerou as taxas de antecipação de recebíveis, com direito a campanha bombástica na mídia.

Estilhaços para todos os lados e Stone, Cielo e PagSeguro viram suas ações despencarem. A última contra-atacou rapidamente oferecendo o recebimento imediato dos valores de quaisquer vendas, inclusive nos domingos e feriados. Já a SafraPay liberou taxas para transações até R$ 50 mil. Gravemente ferida, a Cielo teve os lucros achatados no primeiro trimestre, reforçou a operação e também partiu para o “vendeu, recebeu”.

Em meio ao fogo-cruzado, empresários de todos os setores passaram a enxergar suas maquininhas de cobrança com outros olhos. Enquanto alguns comemoram as mudanças repentinas sem refletir sobre o risco implícito em contar regularmente com a antecipação de recebíveis, outros se sentem tentados a trocar de adquirente para obter mais vantagens.

Guerra é guerra, mas, até que ela acabe, qual será o melhor caminho?

Para buscar a resposta é preciso pensar, em primeiro lugar, sobre quais características efetivamente fidelizam clientes, levando-os a permanecer por mais tempo como usuário de uma determinada operadora de cobrança de cartão. Na verdade, o que agrega valor à maquininha, principalmente no varejo, é o serviço disponível no equipamento. Sabia disso?

Hoje, novas tecnologias já permitem que o lojista elimine um bom volume de máquinas desnecessárias, substituindo tudo por um único tablet com um aplicativo que permite realizar desde o controle de estoque até a emissão da nota fiscal. Assim, agrega-se mobilidade à gestão, permitindo que o negócio seja administrado de qualquer lugar, e ainda dá para driblar limitações de espaço físico.

Sobretudo, é fundamental compreender que ter, na palma da mão, um equipamento que facilite o gerenciamento é o que de fato significa uma vantagem representativa. Aqui, o cerne da questão é que se a gestão do negócio não é eficiente, independentemente do segmento, a guerra das maquininhas pode se transformar em um fuzuê bastante arriscado.

O fato é que a guerra em curso tem como motivação a competição por participação de mercado e, embora as credenciadoras não tenham estipulado prazo para o final da campanha de redução de taxas, a estratégia não deve durar muito mais que alguns meses.

Com o tiro saindo pela culatra, mudar de banco e de operadora às pressas atrás de vantagens potencialmente passageiras pode levar a defasagens no caixa no período imediatamente posterior à troca, seguido de descontrole na gestão no longo e no médio prazos. Ou seja, embarcar no combate pode levar sua gestão ao caos.

Portanto, mais do que se preocupar com a operadora enquanto dura o tiroteio, o ideal é, no momento, avaliar o tipo de software que roda no seu equipamento de cobrança e verificar se ele realmente facilita o cotidiano do negócio, permitindo visualizar tudo que é preciso para saber se o empreendimento vai bem ou mal. Esse é o diferencial relevante.

Afinal, depois da guerra, deve vir a trégua. E, até lá, ainda que o varejista opte por trocar de operadora e saltar de pára-quedas em meio ao combate inflamado, é fundamental que o negócio não sofra impactos negativos e consiga atravessar essa transição em paz.

Danilo Colombo é diretor de marketing da PDVend, desenvolvedora de soluções tecnológicas para pontos de venda