Apenas em 2017, estima-se que cada habitante do planeta produziu 6 quilos desse tipo de material, mas menos de 20% do lixo eletrônico é reciclado

Segundo relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (PACE) e da Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico, divulgado em Davos, Suíça, uma verdadeira montanha de lixo eletrônico poderá prejudicar o ecossistema. A projeção constata que em 2050 a produção de lixo eletrônico global deverá alcançar 120 milhões de toneladas ao ano.

Para evitar o cenário catastrófico, membros da PACE e da Coalizão da ONU sobre Lixo Eletrônico, incluindo a ONU Meio Ambiente, propõem algumas medidas imediatas. As entidades apontaram a necessidade de uma economia circular que invista na reutilização de materiais para minimizar impactos ambientais e fomentar a geração de empregos relacionados à sustentabilidade.

De acordo com o Relatório de Davos, o valor anual de lixo eletrônico global é superior a 62,5 bilhões de dólares, mais que o PIB de muitos países

Em São Paulo, uma cooperativa de Lixo Eletrônico recebeu a notícia sobre o aumento da produção de descartes eletrônicos sem surpresas. A Coopermiti atua há 10 anos no reaproveitamento dos aparelhos eletrônicos quebrados ou sem uso que são descartados voluntariamente pelos paulistanos e comprova o aumento da preocupação da sociedade com o tema.

Desde que descartados da maneira correta, Televisores, Rádios, Geladeiras, Torradeiras e outros equipamentos podem conter peças e materiais que retornam à indústria para ser reutilizados, evitando a extração desses componentes. Contudo, quando descartados no lixo comum ou em aterros irregulares, podem contaminar o meio ambiente com materiais como mercúrio, cádmio, cobre e cromo.

Apesar da crescente produção de lixo eletrônico e o aumento na preocupação com os impactos negativos do descarte irregular de aparelhos, o engajamento no descarte regular de eletrônicos poderia ser maior – e mais rentável. De acordo com o Relatório de Davos, o valor anual de lixo eletrônico global é superior a 62,5 bilhões de dólares, mais que o PIB de muitos países.

Apenas em 2017, estima-se que cada habitante do planeta produziu 6 quilos desse tipo de material, mas menos de 20% do lixo eletrônico é reciclado. Por isso, além do serviço de reciclagem e tratamento de eletrônicos, a Coopermiti realiza um trabalho educacional – com um museu desenvolvido com o auxílio dos próprios cooperados e a participação em diversos eventos para a divulgação do tema.