Feita pela Superlógica em parceria com o SaaSholic, a pesquisa SaaS Brasil aponta ainda que 63% delas cresceu organicamente e apenas 37% revelou ter captado algum tipo de capital

Pequenas e médias empresas (PMEs) são as que mais contratam fornecedoras de tecnologia que atuam oferecendo o software como serviço. De acordo com o estudo de mercado feito pelo Grupo Superlógica, em parceria com o SaaSholic e com apoio de Treasy, Ramper e Tracksale; 51,4% dos clientes das empresas que operam no modelo SaaS são PMEs.

Para André Baldini, CEO da Superlógica, o relacionamento com empresas menores permite uma maleabilidade maior. “Empresas SaaS que vendem para PMEs entendem melhor da dor dessas empresas e conseguiram endereçar problemas reais com soluções que fazem sentido para o dia a dia desses negócios. Com isso, conseguem construir relacionamentos mais próximos e que permitam uma maior experimentação”, explica.

 Hoje, o cenário é composto de empresas com um nível de maturidade maior, que compreendem melhor o que são as métricas SaaS

O estudo também destaca a captação de investimentos dentro do segmento. A grande maioria das empresas SaaS brasileiras sobrevivem com o dinheiro das próprias economias. De acordo com a pesquisa, 63% opera no modelo bootstrapped, ou seja, crescimento orgânico. Apenas 37% dos entrevistados revelaram ter recebido algum tipo de capital.

Na parcela menor, das que receberam investimento, a maior parte (40%) foi no formato seed capital, aquela que é a primeira camada de investimento acima do investidor anjo, variando de R$ 500 mil a R$ 2 milhões, seguido do Series A (23,3%), com valores entre US$ 2 milhões e US$ 20 milhões, e dos investimentos anjo e via aceleradoras (13,3%).

Perspectiva histórica

O modelo SaaS começou a ganhar força no início da década de 2000, com a Salesforce, empresa que produzia sistemas CRM (Customer Relationship Management, ou gestão de relacionamento com cliente), para auxiliar nas vendas das empresas. Por meio dele, não existe mais a venda do software em si e sim a venda de um acesso por assinatura que pode ser renovado (ou não) regularmente. Esta forma de distribuição e comercialização de software vai muito além do produto em si, entregando ao cliente todo o valor agregado, know-how, consultoria e manutenção especializada para seu segmento de atuação.

“É um modelo ainda relativamente novo e, como todo modelo novo, tem um tempo de maturação. Muitas empresas quebraram durante essa evolução, mas as histórias bonitas é que são divulgadas. Hoje, o cenário é composto de empresas com um nível de maturidade maior, que compreendem melhor o que são as métricas SaaS, como funcionam os Unit Economics, que, aliás, são totalmente diferentes das empresas tradicionais”, acrescenta o CEO da Superlógica.

“Sai de cena o produto, entra em cena o serviço. Não é apenas o software que o cliente adquire e sim todo o valor agregado. Além disso, para as empresas, esse cliente representa um crescimento considerável na receita, com mais previsibilidade sobre o fluxo de caixa e oportunidades para relacionar-se com eles”, finaliza.