Estudo aponta que a falta de planejamento é a principal causa de fechamento das PMEs

Abrir o próprio negócio é o desejo de milhares de brasileiros. Os motivos são diversos, mas segundo dados do Sebrae, 69% dos empreendedores declararam que abriram a empresa por oportunidade, entenderam que investiriam num nicho de mercado em potencial. Já outros 31% alegaram necessidade ou falta de alternativa satisfatória de ocupação e renda. O levantamento teve como base 1830 empresários de São Paulo, escolhidos a partir do relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Porém, dados relacionados aos novos empreendimentos chamam a atenção de especialistas em negócios e três principais motivos foram elencados como responsáveis pela falência dos empreendimentos em até cinco anos do início das atividades: falta de planejamento prévio; falha na gestão empresarial e comportamento empreendedor incompatível com a necessidade do negócio.

No mesmo apontamento, o Sebrae ainda indica outras informações relevantes sobre as PMEs. Entre as empresas que fecharam as portas antes de 5 anos de atuação, 50% não definiram estratégia para evitar desperdícios; 50% não determinaram um valor do lucro pretendido; 42% não calcularam o nível de vendas para cobrir custos e gerar o lucro pretendido; 38% não identificaram necessidades atendidas pelo mercado; 24% não determinaram tarefas e os responsáveis por realizá-las e, ainda, 21% não identificaram seu público-alvo, ou seja, grande parte dos empreendedores não faz um planejamento prévio adequado para atuação.

Mas nem tudo está perdido para as perspectivas dos empreendedores, pois existem métodos para alcançar a prosperidade do negócio e alternativas para as peculiaridades de cada empresa. Porém, o mais importante é realmente fazer um planejamento prévio, essencial para qualquer negócio, sejam consolidados ou não. Além do planejamento, outro item que deve ser considerado é a gestão empresarial e o devido investimento em capacitação, isso tende a aumentar ganhos e até contribui para enxugar gastos. Essas condições são fundamentais para a sobrevivência das empresas. Segundo Luiz Lanzini, estrategista e sócio da Trajetória Consultoria, “as empresas que buscam aperfeiçoar processos e mesmo seus produtos e serviços, tendem a estar mais atualizadas no segmento que atuam, seja devido às tecnologias ou mesmo à inovação”.

Entender, por exemplo, se o mercado está em crescimento, estável ou em um ciclo de declínio, ainda avaliar se as condições de preço de venda e custos afetadas por relações da empresa com seus fornecedores e concorrentes permitem uma lucratividade satisfatória em relação aos produtos e serviços que a empresa oferece são condições podem ajudar a entender uma tendência e contribuir com o planejamento para o próximo ano, inclusive sugerindo inovações. Basta estar atento e antecipar-se aos fatos, buscando informações e persistindo nos objetivos.

“Alterar e modernizar formas de gestão são fatores que contribuem para que a empresa consiga reverter diversas situações, inclusive problemas financeiros e estruturais. Para reverter quadros severos é importante observar onde estão as falhas”, ressalta Lanzini. Em períodos de fechamento de ano como agora, as empresas podem e devem investir com atenção no planejamento para 2020, pois ainda é possível fazer um diagnóstico de 2019 e indicar mudanças para o próximo ciclo.

Outro ponto importante é a execução do planejamento. Destaca-se como um comportamento de sucesso dos empreendedores e por consequência das empresas administradas por eles, a disciplina de se ter um plano de ações com orientações de objetivos e metas sabendo das condições atuais e para onde se quer chegar e principalmente uma rotina e padrão de trabalho para todos envolvidos na gestão e execução das atividades do negócio. “é nesse ponto que uma filosofia e um modelo de gestão eficiente fazem a diferença para um bom planejamento e também para a sua execução, gerando uma consciência de resultados e iniciativas que vão garantir a sustentabilidade do negócio”, garante o consultor.