Michelle Pagan é Head de Recursos Humanos da Arklok

Dentro do contexto corporativo, é natural que o setor de gestão de pessoas ofereça uma série de desafios a serem trabalhados pelas empresas. Com o avanço de novas metodologias de trabalho e a consolidação tecnológica, não há como negar a necessidade de se construir um ambiente de adaptação e capacitação por parte dos colaboradores, para que os resultados desejados sejam obtidos por meio do uso estratégico da tecnologia.

Entretanto, para o gestor, tão importante quanto visualizar o aspecto técnico e preparatório diante o fenômeno digital é adotar uma postura que considere e valorize os profissionais, seguindo princípios básicos de que nenhum indivíduo é similar ao outro.

Nesse sentido, o conceito de People Centric traduz com precisão uma mentalidade imprescindível para organizações que miram a disrupção. Como o próprio termo sugere, trata-se um modelo de trabalho que coloca as pessoas no centro de ações tomadas no âmbito interno. Em contrapartida a formatos mais tradicionais, aqui, o senso de colaboração deve pautar a cultura organizacional implementada, favorecendo a retenção de talentos e a produtividade entre os departamentos.

Geralmente, é de comum acordo que engajamento e satisfação são características decisivas para qualquer companhia. Porém, o questionamento maior repousa no processo para atingir esse estágio de maturidade cultural.

Uma gestão condizente com os tempos atuais
Ter propósito e ser protagonista de sua própria jornada. Sem dúvidas, esse é um objetivo compartilhado por muitos profissionais. Grande parte desse status de realização pessoal passa por fatores que fogem do escopo particular, tendo efeito na forma como a organização lida com suas equipes internas. Em uma cultura de uma empresa People Centric, as pessoas são livres para atuar com inventividade, sempre sob a consciência coletiva.

Isso não significa abdicar de um ambiente organizado e com uma liderança clarificada, pelo contrário, com estímulos voltados para o desempenho e a participação dos envolvidos no cotidiano operacional, será possível estabelecer um nível de sinergia capaz de normalizar um quadro intuitivo e, principalmente, receptivo a novas ideias por parte das pessoas.

A criação de um produto ou serviço de qualidade é o resultado de um trabalho coletivo, isso é fato. E garantir uma experiência positiva para os que se dedicam à busca incessante por soluções transformadoras influencia, de forma abrangente, na experiência que será proporcionada ao cliente. Portanto, fomentar elementos como autonomia e pertencimento é priorizar o desenvolvimento do negócio em sua totalidade.

As pessoas no centro da inovação
Atualmente, investir em plataformas processuais que aprimorem os níveis de eficiência nas operações executadas é um diferencial que não pode ser ignorado. Dito isso, não é aconselhável reunir todas as expectativas de um possível crescimento empresarial em mudanças que se limitam à estrutura de trabalho, deixando o aspecto humano em segundo plano. Medidas inovadoras, a exemplo de ferramentas que visam a automatização de etapas operacionais, devem incluir os colaboradores de modo que a tecnologia possa servir como apoio estratégico, potencializando a atuação e não a ofuscando.

Para encerrar o artigo, volto a enfatizar que ser People Centric é um exercício constante para empresas alinhadas com o presente e também o futuro. É preciso manter-se atento ao surgimento de novidades que classifiquem as pessoas com a devida significância, em prol de uma gestão evolutiva e humanizada, com todos os requisitos necessários para se destacar em um mercado cada vez mais consciente quanto aos modelos organizacionais empregados pelas companhias.