Quando no final de 2019 o mundo foi acometido pela maior crise sanitária dos últimos 100 anos, os escritórios corporativos, agências governamentais, escolas, universidades, ou seja, indústria, comércio e serviços em geral, todos os segmentos econômicos passaram por uma transição apressada e tiveram que mudar seus modelos de trabalho, do presencial para o remoto.

Essa situação de emergência gerou uma demanda gigantesca por tecnologia impulsionada pela necessidade de renovação e ampliação de suas redes e infraestrutura de conectividade para atender esse número crescente de novos usuários.

Nesse cenário de estresse mundial em 2020, o Grupo Binário, empresa que atua nos setores de integração e serviços profissionais para os segmentos de telecomunicações, tecnologia e energia vivenciou um ano de superação que o levou a registrar um crescimento de 30% em seu faturamento em comparação com a meta estabelecida de 20% em relação ao ano anterior.

Esse crescimento deu-se principalmente pela abertura de novas oportunidades em áreas onde a empresa detém grande experiência, como os setores de telecomunicações, por exemplo, para atender a demanda por soluções de conectividade que o trabalho remoto passou a exigir, seguidos por infraestrutura de data centers e ambientes de missão crítica, como saúde.

Douglas Alvarez, diretor comercial do Grupo Binário, destaca que “2020 começou desafiador em razão das mudanças estruturais impostas pela nova realidade da pandemia e se mostrou um período de bom desempenho pelo valor que a tecnologia representou na manutenção dos negócios para grande parte das empresas”.

O Grupo Binário também passou por um processo de preparação e adequação internas, explica o executivo. A empresa promoveu mudanças em várias áreas para absorver o novo tipo de trabalho e também no espaço físico como forma de poupar o custo da ociosidade e manter a operação funcionando de forma eficiente para garantir a entrega dos projetos.

Déficit de insumos nas cadeias produtivas

Segundo Alvarez, a previsão da empresa em repetir o crescimento expressivo em 2021 é ainda prematura por conta do cenário de dificuldades que o mercado de TI enfrenta em razão do déficit de insumos eletrônicos que impacta negativamente na produção de equipamentos e consequentemente no atraso das entregas, que pode levar até mais de seis meses.

“Problemas de logística, a instabilidade expressiva das taxas de câmbio e a tributação que recai sobre importações são também fatores agravantes que atrapalham a formalização de projetos de grande porte, onde o Grupo Binário atua”, destaca.

A escassez desses insumos é global e afeta outras cadeias produtivas, como a automobilística, equipamentos eletroeletrônicos de consumo e industriais, entre outras. Nesse contexto, o Brasil enfrenta uma dificuldade ainda maior e sem chances de reverter no curto prazo, pois segundo a Abisemi (Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores), consome cerca de 90% de semicondutores importados, ou seja, possui quase que total dependência externa, que se reflete nas operações das empresas locais.

Alvarez concorda com analistas do Banco Goldman Sacks que preveem que alguns insumos podem ficar em falta pelo menos até o início de 2022 e avalia que “o desafio para manter o crescimento estável da companhia no próximo ano e além, vai depender da resiliência e engajamento de nossos colaboradores e ecossistema em se reinventar constantemente para atuar em um mercado disruptivo”, conclui o executivo.