Especialista explica como ter uma estratégia bem sucedida para entrar no mercado internacional

A exportação brasileira bateu recorde em julho e agosto deste ano, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia. No acumulado de janeiro a julho as exportações cresceram 35,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Surfando nesta onda positiva para o comércio exterior, empresas de todos os portes miram na internacionalização dos negócios.

“Com a pandemia, as empresas começaram a entender a necessidade de se tornarem globais”, afirma Sheyla Patrícia Pereira, sócia da Father Estratégias Internacionais e responsável pela diretoria executiva e operacional da empresa.

Porém, é importante destacar que uma estratégia de internacionalização precisa ser detalhadamente planejada. ”É muito importante entender o produto, o preço aplicado, a legislação do mercado alvo, estudar a concorrência e clientes antes de expandir para o mundo”.

Na opinião de Thiago Raitez, diretor comercial e de Novos Negócios da Father, replicar a receita do mercado nacional ao mercado externo não é um bom negócio pois as variáveis para criar uma relação Internacional são muitas. A demanda nesse nicho é tão crescente que a Father, que está há 25 anos no mercado, estruturou um departamento apenas para atender empresas na etapa do planejamento estratégico de internacionalização através de uma metodologia própria.

“A metodologia Get Global foi desenvolvida ao longo dos últimos anos visando ao real resultado nas operações das empresas que querem expandir seus negócios de forma global. Estruturamos essa metodologia para oferecer um serviço de ponta a ponta. Não estamos falando simplesmente de uma exportação ou importação, mas um ciclo de internacionalização. Empresas como Grupo Restoque, Grupo S2 Holding, Kenner, AMINNA, Recco já passaram pelo planejamento estratégico com esta metodologia”, explica Raitez.

Ciclo de internacionalização

Afinal, o que é um ciclo de internacionalização? Sheyla explica que muitas empresas entendem a internacionalização como exportação, mas não se trata apenas disso. Exportação é um canal da internacionalização. Dentro da metodologia Get Global desenvolvida pela empresa nós avaliamos e consideramos toda a operação da empresa. A venda (exportação) e a compra (importação).

“Quando uma empresa exporta é importante ela estar apta a fazer uso de benefícios fiscais ou projetos especiais através de programas do governo. Vivendo esse ciclo, ela ativa rentabilidade, lucratividade, crescimento e competitividade também no mercado nacional. Quando uso esses dois recursos de internacionalização consigo expandir minha compra através de modalidades como o Drawback e aumentar competitividade e inovação, tudo com menor custo”, observa.

Prova de que o nicho de internacionalização está em ascendência é o próprio crescimento da Father, que conta com escritórios em Blumenau (SC) e Miami (EUA) e vem crescendo de 40% a 50% ao ano nos últimos anos e deve dobrar a estrutura em 2022, com foco no atendimento voltado ao mercado internacional. Em 2020 a empresa alcançou recorde de faturamento em 25 anos.

Passos para a internacionalização

A especialista destaca que o primeiro passo é montar um estudo de viabilidade, para entender as possibilidades do país de interesse. “Muitas empresas começam dizendo que querem exportar para os EUA. Porém, entendemos que os EUA não são o primeiro mercado na grande maioria das vezes. Trata-se de um mercado exigente, mais distante em termos de logística, com uma cultura diferente. Precisamos iniciar por esse estudo de viabilidade para verificar se é a melhor opção. Só então começamos o planejamento estratégico”, assinala Sheyla. Também é preciso estar atento para as exigências do mercado internacional, como etiquetagem, registro de marca, tecnologia, qualidade de produto, processos burocráticos, licenças, etc.