Os números não mentem: a maioria das empresas brasileiras fecha as portas depois de cinco anos, diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A constatação está nas últimas duas pesquisas “Demografia das Empresas, edições 2017 e 2018. Nesta última, constava que mais de 660 mil empresas abertas em 2011, pouco mais de 251 mil ainda existiam em 2016.
O levantamento mostrava ainda que, em 2016, 648,5 mil empresas haviam sido abertas, enquanto que 719,6 mil haviam sido fechadas no País. Por três anos seguidos, 2014, 2015 e 2016, houve mais encerramentos do que aberturas por aqui.

Fugir do ranking da mortalidade, portanto, mais do que um desejo, é uma necessidade de todo empreendedor ou intraempreendedor brasileiro, seja ele founder de uma startup ou CEO de uma multinacional.

Ver o negócio sobreviver e ainda prosperar já é um segundo passo.
A boa notícia é que a morte prematura pode ser evitada com planejamento, postura empreendedora e, sobretudo, gestão operacional e pessoal.

“Nesse quesito, têm se sobressaído as organizações com DNA ágil”, diz o empreendedor e investidor Thiago Oliveira. “Empresas ágeis são aquelas que têm um propósito definido, inovação, ambiente colaborativo e aberto e uma cultura organizacional bem resolvida. Flexibilizam padrões, possuem times com habilidades imprescindíveis e mentalidade empreendedora. Equipes que sabem equilibrar trabalho e vida pessoal”.
“Para alcançar este patamar de agilidade, contudo, os empresários precisam entender, por exemplo, que dentro da empresa é mais importante o resultado do que os modelos engessados na operação”, complementa João Kepler, escritor e referência em investimento em startups.

Juntos, Oliveira e Kepler assinam ‘Os Segredos da Gestão Ágil’ (Editora Gente), livro que traz cases com técnicas e ferramentas eficazes para fases distintas da vida da empresa: da criação do plano de negócios às técnicas de gestão de pessoas; da gestão financeira, passando por implementação de squads, compliance e Agile, combinando o Design Thinking.

Processos e controles são importantes, mas as pessoas, a interação e a colaboração das equipes são o que fazem tudo acontecer, afirma Kepler: “Pessoas são o maior ativo na empresa. O capital intelectual e o intangível importam mais do que o tangível, hoje. Sem essa área funcionando de verdade, fica difícil garantir o sucesso, afinal, é o trabalho de quem está ali ao seu lado que vai fazer com que o projeto caminhe e cresça. Para entrar em campo e fazer o negócio dar certo, precisa de um time treinado e alinhado, entusiasmado, proativo e comprometido com os objetivos e o propósito daquele empreendimento”.

Oliveira, por sua vez, lembra que as multinacionais têm muito a aprender com as PMEs e startups na era da transformação digital – ou 4ª revolução industrial. De cara, podem compreender quais as técnicas, modelos e ferramentas que as pequenas empresas utilizam; e como lidam com a colaboração e o compartilhamento entre as pessoas: “Empresas menores utilizam a Mentalidade Lean ou enxuta. E gozam de ambiente inovador, com a formação de times organizados por suas características e habilidades”.

Ambos reforçam que um empreendimento com gestão ágil não é aquele que cresce mais rápido no começo – e sim aquele que cresce mais e melhor no médio prazo. Tendo isso em mente, e com um bom direcionamento do líder, de quem se espera que implante e distribua as ferramentas, será possível encontrar oportunidades onde menos se imagina.